sábado, 26 de novembro de 2022

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

O povo brasileiro é criativo e empreendedor, principalmente motivado por ambientes de crise, como a pandemia do Covid-19, que refreou a economia do país, culminando na desativação de milhares de postos de trabalho, e consequentemente, fazendo surgir empreendedores por necessidade, que atendem uma demanda de produtos ou serviços já existentes, porém, não inovadores, como vendas on line, delivery, por exemplo, a partir de negócios mais confiáveis e rentáveis, com o principal objetivo de sustento próprio.

De acordo com o Índice Global de Inovação (INI) que calcula o desempenho dos países no quesito inovação, o Brasil aparece na 64ª posição no ranking de 2018 e na 62ª posição em 2020. Porém, como somos a 9ª maior economia do mundo, poderíamos estar muito melhor colocados, já que o Brasil gerou 1,15 milhão de novas formalizações de empreendimentos entre o fim de fevereiro até setembro de 2020, sendo que 14,8% de crescimento corresponde aos microempreendedores individuais (MEI), segundo dados do Portal do Empreendedor e Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A inovação, mesmo para os grandes empresários que já dispõem de negócios estabelecidos e bem sucedidos, depende de mais incentivo do poder público para a indústria e para os empreendedores individuais, com melhores financiamentos para pesquisas, desenvolvimento e qualificação do quadro de profissionais, mais investimento em educação com foco na inovação, mais facilidade de crédito e abatimento da carga tributária. Tratadas essas dificuldades, teremos mais empreendedores com potencial para oferecer ao mercado produtos e serviços inovadores, e por conseguinte, elevando o Brasil nos requisitos de inovação no cenário mundial.




Fontes:


https://bit.ly/2m7l9Kf




https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-10/pandemia-faz-brasil-ter-recorde-de-novos-empreendedores




https://diariodocomercio.com.br/inovacao/pais-avanca-quatro-posicoes-no-indice-global-de-inovacao/




https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2021/03/brasil-tem-pior-nota-em-inovacao-em-dez-anos-e-perde-destaque-entre-emergentes.shtml




https://imprensa24h.com.br/brasil-melhora-quatro-pontos-na-posicao-no-indice-global-de-inovacao/#.YKWO5qhKjIU 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Efésios 6, 10-11 - A armadura completa de Deus

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Finalmente, continuem a ser fortalecidos+ no Senhor e na sua poderosa força. 11 Vistam a armadura completa de Deus, para que possam se manter firmes contra as artimanhas do Diabo.

O que me intrigou aqui e para isso quase desconfigurei o Torre de Vigia (se fosse uma escadaria de pedra de verdade, acho que minha curiosidade tinha removido alguns fragmentos do piso de tanta pesquisa até me satisfazer), foi a "armadura completa" de Deus. Não falou somente em armadura, mas na armadura completa para a total proteção contra os efeitos nocivos do Diabo.


Mas, afinal, o que é esta "armadura completa"? Torre de Vigia, aqui vou eu até o patamar mais alto!

Efésios 6:14-18: “Mantenham-se firmes, usando o cinturão [ou cinto largo] da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão para declarar as boas novas de paz. Além de tudo isso, usem o grande escudo da fé, com o qual poderão apagar todas as flechas ardentes do Maligno. Aceitem também o capacete da salvação e a espada do espírito, isto é, a palavra de Deus, ao passo que, com toda forma de oração e súplica, em todas as ocasiões, vocês continuam orando no espírito.”


Pois bem, a Armadura era a vestimenta que os soldados usavam para se proteger na guerra, composta de peças como capacete, cota de malha, cinturão, caneleiras e escudo. Até aqui eu entendi. Mas e o cinturão da verdade? Não tinha captado o motivo de relacionar a forma figurativa de cinturão com a verdade. Então procurei o que significa cingir. Ah, é cercar, ou cercar-se. Por isso é que a proteção do cinturão é a verdade, é cercar-se (o corpo) da verdade de Deus para assim estar protegido contra as mentiras de Satanás.

E continuando com a "armadura completa", sigo para a couraça da justiça. Então encontrei que nos tempos bíblicos, a couraça consistia em escamas, malha ou metal sólido, e servia para proteger especialmente o coração. Para termos esta couraça da justiça precisamos, acima de tudo, ‘resguardar nosso coração’. (Provérbios 4:23) Só então é que poderemos manter-nos firmes contra Satanás por sermos motivados a servir a Deus e a levar uma vida limpa que nos impeça de nos tornarmos uma influência moralmente contaminadora entre o povo de Deus.

Sobre o escudo da fé já tinha estudado que é preciso mantê-lo sempre limpo após todas as batalhas, porque um escudo danificado não pode dar a proteção necessária. E fé é algo que precisa realmente ser protegido contra a escuridão do mundo.

O capacete da salvação... aí ficou um pouco mais fácil, porque capacete protege a cabeça, o cérebro, que é o órgão mais importante do corpo humano, e a nossa mente, onde acontecem os zilhões de pensamentos (inclusive o dobro de zilhões de dúvidas que permeiam nossa vida). Proteger a mente é garantir a esperança de que Deus vai nos livrar da morte e recompensar todos aqueles que fazem a sua vontade (aqui paro para refletir, pois meu sobrinho e minha tia não chegaram a usar esse capacete, ou deixaram o capacete danificar... chuif.)

E a espada do espírito? O Torre de Vigia responde (como também Deus responde quando meditamos): a mensagem da Bíblia é mais afiada do que qualquer espada de fabricação humana, pois simbolicamente penetra até a divisão dos ossos e sua medula. Ou seja, as verdades bíblicas atingem o interior da pessoa e penetram nos seus pensamentos e emoções, expondo o que ela de fato é no íntimo. Essas verdades podem exercer seu poder transformador e causar genuínas mudanças na pessoa.

De fato, contra Satanás e os demônios, não dá para usar somente uma parte da "armadura". Se eu deixar a couraça guardada no armário, corro o risco de meu peito ficar descoberto, e assim, ser um péssimo exemplo para quem me toma como influenciadora. Se deixar meu capacete para trás, a depressão pode retornar com tudo a que se dá o direito e atacar o sistema nervoso central, machucando a alma da pessoa. Se eu não tiver a espada para atacar o mais temível dos medos, como poderei sobreviver?

Deus, realmente, pensou em tudo. Concedeu o mapa (Bíblia), o barco com o cesto da gávea (Torre de Vigia), ofereceu a ferramenta para quem não sabe ler o mapa não se perder (lanterna, neste caso, um farol gigantesco daqueles que não deixa uma embarcação na mão em noites de tempestade), ensinou como se proteger (armadura completa), tudo em nome de seu amor por nós.



 

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Eclesiastes 7:8 - Melhor o fim do que o começo

 

Eclesiastes 7:8


Melhor é o fim de uma coisa do que o seu começo. Melhor é ser paciente do que ter um espírito arrogante.+ Não fique ofendido facilmente,*+ pois é o coração dos tolos que fica ofendido.

O dom  da paciência, ou seja, o de saber esperar e de compreender, é algo que precisamos desenvolver, porque ao contrário, Jeová não se alegra com o soberbo, aquele que pensa ser melhor que os irmãos e quer estar sempre em primeiro lugar.
Assim, aquele que não tem paciência é movido por um inconsequente ato de julgamento, pois não para para pensar sobre um fato e se apressa a condenar, daí o versículo dizer para não ficar ofendido facilmente.
E quando paro para pensar no fim de uma coisa, imagino que é o objetivo alcançado. Nesse caso, o nosso objetivo é alcançar o pleno relacionamento com Jeová para que quando chegar o dia do reino de Jesus, o fim de tudo quanto é ruim na Terra. No começo, estamos conhecendo o Pai, e nos desenvolvendo pouco a pouco.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Provérbios 23:23 - Comprar a verdade

 

LIÇÃO 12 do Seja Feliz para Sempre! — Um Curso da Bíblia para Você

O que vai ajudar você a continuar estudando a Bíblia? - item

2. Por que é importante dar valor ao que a Bíblia ensina?



23  Compre* a verdade e nunca a venda,Também a sabedoria, a disciplina e o entendimento.

E lá vou eu, fazer alusão às palavras, novamente.Fui buscar minha inspiração na lição 12 do curso Seja Feliz para Sempre, do item 2, que estimula a pensar no valor do ensinamento da Bíblia.Mas comprar a verdade e nunca vender? Que curioso.Comprar me vem à cabeça adquirir itens variados para consumo, seja alimento ou coisas que o homem fabrica, ou então, terras. E tudo em que posso pensar é vendido, comprado e depois de quebrado, descartado, e dependendo do item, poderá ser consumido e deixar de existir rapidamente, como os alimentos. Outras coisa têm maior duração, mas também podem ser descartadas.Mas acho que acabei chegando ao cerne da questão: a palavra de Deus é conhecimento, e esse conhecimento dura para sempre.Ainda assim, consultei a Torre de Vigia que disponibiliza um artigo inteiro para compreender o que significa essa expressão. A palavra de Deus é a verdade, e para comprá-la, não se usa dinheiro, e sim:
  • tempo: precisamos organizar nosso tempo para adquirir esse bem valioso;
  • coisas materiais: quando precisamos abrir mão de algo para seguir a verdade de Deus;
  • ações e pensamentos errados: pois nossos pensamentos e comportamentos devem ser monitorados e corrigidos;
  • relações familiares e amizades: quando nos colocamos ao lado de Deus, muitos laços nossos são deixados de lado, porque nossas convicções mudam;
  • práticas e costumes errados: muitas culturas nos ensinam formas enganosas de adoração, então, precisamos conhecer para nos apartarmos destes.
Comprar a verdade nada mais é que adquirir o conhecimento da verdade, que é o nosso relacionamento com Deus, o que nos traz refresco, crescimento e alegria.

terça-feira, 26 de julho de 2022

1Pedro, 5-5 - Humildade versus Arrogância

 



Da mesma maneira, vocês, homens mais jovens, sujeitem-se aos homens mais velhos.*+ Todos vocês, porém, revistam-se* de humildade* uns para com os outros, porque Deus se opõe aos arrogantes, mas concede bondade imerecida aos humildes.


Para este estudo, primeiro eu precisei consultar a diferença entre ambos os termos: humildade e arrogância, que são antônimos e levam a caminhos diferentes.

Imaginei, então, uma pirâmide, na qual, a ponta é o topo, o nível mais perfeito, o mais próximo de Deus. A humildade é algo que agrada a Deus, por isso, cada vez que nos humilhamos, aceitamos nossa inferioridade em relação ao nosso Pai, estamos nos aproximando do topo.

Ao contrário, quando a arrogância, a soberba nos contaminam, nós nos afastamos do topo e a pirâmide se inverte para o caminho mais afastado do Pai.



segunda-feira, 25 de julho de 2022

Salmos 118, 5 - O apelido de Deus

 

Salmos

5 Invoquei a Jah*
 na minha aflição;

Jah me respondeu e me levou a um lugar seguro.



Estou ainda aqui com uma porção de pontos de interrogação pairando sobre minha cabeça. Se pudéssemos enxergar nossas emoções e elas aparecerem como pontos de luz, e ainda, se a dúvida fosse de uma cor qualquer, como um amarelo, poderia garantir a você que em volta do meu corpo estaria uma profusão de amarelo sem limite.

Então, vamos lá. A minha professora, a Lidiane, me disse que para eu ler a Bíblia eu preciso gostar dela. E me ensinou também que há formas de gostar da Bíblia, basta eu saber por onde começar, e esse início poderia ser um tema do que eu mais gostasse. Pois bem, se eu contar a você que ainda não descobri qual é o tema que me faria gostar de ler, você poderia pensar: "Como a Edilene é confusa". Está aí mesmo. Lembra do amarelo? Dúvida e confusão cabem muito bem como sinônimos.

Bem, algo que me chama a atenção serão sempre as palavras, e é daí que vou começar. Quando estava na escola e precisava ler as obras de escritores do século XVIII, por exemplo, eu não gostava. Mas depois de adulta, quando a leitura não era mais obrigatória, pude perceber que eu gostava das palavras antigas, e quanto mais rebuscadas, melhor, pois aí eu fazia um mapa no dici0nário. Como exemplo, a palavra admoestar, que não é mais usada atualmente, esta tem um conteúdo de sentido em uma só palavra que me deixa com a respiração suspensa.

Jah foi a primeira palavra que caiu nas minhas íris, e como o Google é útil, mas não é um bom conselheiro, fui direto para a Torre de Vigia, que direcionou para o Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2. Então vi que quando alguém quer clamar, agradecer, regozijar a Deus, usava a forma reduzida (ou poética, como diz o artigo) do nome do Deus Altíssimo. E percebi que é como se Deus quisesse se mostrar tão intimamente (e essa revelação por pouco não me causa um derramamento de lágrimas neste exato momento), que nos oferece seu "apelido", como o meu é Edi, ou da minha professora, a Lidi. Deus, tão poderoso como é, quer ser chamado por um apelido.

E depois desta minúscula palavra, essa sim, imbuída de um profundo, extenso e inacreditável conteúdo, nem sigo adiante para entender o versículo do salmo e termino meu estudo de hoje com algo muito diferente do que iniciei. Se comecei "amarela" de dúvidas, agora estou "azul celeste" em termos de compreensão.



quarta-feira, 21 de junho de 2017

A Mulher-Bomba... de Emoções


Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.



A Mulher está sempre com um sorriso no rosto e o riso correndo solto na alma. É plenamente satisfeita consigo e jorra simpatia por onde passa. Oferece o semblante mais sereno e ri abertamente das próprias trapalhadas. Até encanta quando distribui tranquilidade e mesmo quando canta para espantar os males e as pessoas em seu redor.

Corre para sentir os pulmões arderem e o cérebro incandescer, e estagna quando necessita arrefecer a rotina frenética. Agita os continentes para cumprir seu papel. Detém o vento e o engarrafa, se assim for desafiada. Agiganta-se para defender o seu ninho e humilha-se para reconhecer quando erra.

Chamem-na de incompetente e ela não aceitará, porém, tolerará; e enfrentará os obstáculos para comprovar que estão errados a seu respeito. Contudo, não coloquem em dúvida seu caráter nem sua ética. É o seu calcanhar de Aquiles: o ponto fraco, fator que a faz sucumbir.

A serenidade a abandona; a segurança lhe deixa vulnerável e o desespero invade seu âmago. O cronômetro da autodestruição é acionado. A contagem regressiva rumo a autodesvalorização está em andamento.

Agora, a Mulher-Bomba se infiltra no meio da multidão de vítimas de ataques do ego e aguarda a explosão de emoções. Ela tem o controle do tempo nas mãos. Ela é capaz de reconfigurar o sistema e adiar a explosão, mas jamais conseguirá desativar a bomba-relógio que traz dentro de si, que a faz ser aquilo que ela é, aquilo que ela está e aquilo que ela encarou ser.

Um dia, ela deixa a bomba explodir e sua alma fragmenta-se na dor, na decepção de um julgamento injusto. As chamas reduzem-na a átomos, para enfim, ser banhada pelo precioso bálsamo do orvalho do pranto.



terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A Prisioneira



Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.



Ela continua sempre ali, à espreita, atenta a qualquer respiração. E eu aqui, acorrentada nesse porão escuro, e amordaçada de uma forma tão inteligente que não é possível eu manter um diálogo com meu próprio pensamento.


Passou-se tanto tempo que não consigo mais ter referência para medir os minutos, horas, dias, meses ou anos. E percebo que ela me cobiça. Vejo isso nos seus dentes sempre à mostra, em um sorriso cativante, convidativo. 

"Não consigo me mexer e nem falar", penso em dizer, e captando meus anseios, responde com uma voz sussurrante, quase melodiosa:

- É só você querer.

"Mas realmente não consigo!", lhe retribuo em pensamento.

- Você não está se esforçando. Tem que querer, e desejando intensamente.

"Esqueceu-se dos grilhões que atrofiam minha vontade própria?", devolvi pensando aos gritos. 

- É você quem pensa e se sente presa.

Desisto de fazê-la entender. Pelo jeito é extremamente teimosa, ou supostamente cega. Então, tenho um pensamento bom: luz, sol, água, natureza, e fico satisfeita com o efeito que causa em mim.

De repente, ela se aproxima e ordena que eu a siga. O temor que sinto incentiva-me a me erguer e vejo que estou livre. Esqueço o que eu queria fazer com a liberdade e fico imóvel e impassível. A liberdade não aguardada causa mesmo esse impacto.

Testo minha voz e me assusto com o estranho som que se liberta da minha boca. Palavras? Ou apenas sons? Como já mencionei, faz muito tempo que estou aqui. Mas decido segui-la pela escadaria interminável. Às vezes, aparece um estreito corredor de luz vindo de janelas minúsculas.

Sinto-me exausta por esse súbito esforço, contudo, continuo avançando degrau por degrau.

Quando chegamos ao patamar, minha algoz vira de frente para mim e sorri, transmitindo a confiança de que ela é tudo que eu tenho. E pede para que eu olhe em redor. A torre deve estar a uns trinta metros do chão e eu tenho um visual incrível da floresta. O céu está azul e lá embaixo corre um rio de águas cristalinas.

- Pule - ela incentiva, e eu tenho um sobressalto. Entretanto, ela sorri. - Você não quer ser livre? Ou prefere retornar para aquele porão imundo?

- Só tenho essas opções? - Quando ela confirma com um suave balançar de cabeça, fico inquieta e começo a pensar que a opção de fugir daquele lugar horrível em que fiquei enclausurada durante tanto tempo é razoável. Subo no parapeito da janela e olho para baixo. Finalmente meu sofrimento vai terminar, penso. E ela me observa com aquele olhar amigo, oferecendo apoio.

- Diga ao menos o seu nome para eu me lembrar quando alguém perguntar.

- Depressão. Meu nome é Depressão e eu sou produto do seu pensamento.

Respiro.

- E se eu simplesmente quiser ir embora pela porta da frente? - pergunto-lhe quando a ideia me ocorre.

- A decisão é sua - a Depressão reluta em responder, e parece decepcionada.

- Pois é o que eu vou fazer - e desço do parapeito.




Moral da história: a depressão não tem poder sobre você; a não ser que você deixe.





sábado, 28 de janeiro de 2017

Vapor de Dor

Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.




Maria das Dores tinha vinte e dois anos e trabalhava como repositora em um supermercado. Ela gostava de seu trabalho e se esforçava para ser uma boa funcionária.

Certo dia, ela desceu a escada com caixas de produtos de higiene para abastecer as prateleiras e torceu o pé bem de levinho. Achou que dava para suportar a dor e não falou para ninguém.

No dia seguinte, porém, ao se levantar da cama sentiu que o pé estava incomodando muito e se apressou a aplicar um gel anti-inflamatório e enfaixar. Enquanto trabalhava naquele dia, todos os colegas e até clientes do estabelecimento perguntavam-lhe o que tinha acontecido e ela respondia que tinha torcido o pé e que estava tudo bem. Entretanto, ela não podia imaginar que o ocorrido chegasse aos ouvidos da patroa, que a chamou para o escritório tão logo soube de seu incidente.

Maria obedeceu imediatamente e foi ao encontro da patroa. Esta, furiosa com o comportamento da funcionária em deixar todos com dó de ela estar trabalhando com um pé machucado, exigiu que Maria retirasse a faixa.

- Não tem nada machucado aí - disse a patroa ao verificar o pé após ter sido desenfaixado. - Você está inventando isso para que todos pensem que somos patrões severos e intolerantes. Volte já para o seu trabalho e não repita isso nunca mais.

Envergonhada, Maria voltou a trabalhar e quando saiu do expediente caiu em prantos. A humilhação deixara-a arrasada.

À noite, orou para que Deus mostrasse, de alguma forma, como as pessoas sentem dores e logo em seguida caiu em um sono profundo.

Uma luz muito brilhante iluminou todo o seu quarto e ela teve medo. Quando conseguiu habituar os olhos, viu um anjo com asas e tudo!

- Boa noite, Maria. Vim aqui para atender um pedido que você fez a Nosso Senhor. Venha comigo.

Ela levantou e segurou na mão estendida do anjo. Subitamente, viu-se no local onde trabalhava e todas as pessoas em suas respectivas funções. Contudo, de cada uma delas surgia um vapor de algum lugar específico do corpo e ora os vapores eram brancos, ora amarelados, esverdeados e até cinzas e bem espessos.

- Você pediu para que as dores fossem reveladas, e eis a forma que Deus encontrou. Vê aquele seu colega do hortifruti? Faz anos que ele sofre com dor na coluna e como é uma dor bastante forte, o vapor que exala do ápice da dor é esverdeado.

- E a moça do caixa, o que ela tem? Todo o corpo dela está fumegando com uma cor cinza muito densa.

- Ela ainda não sabe, mas as dores que ela suporta são sintomas de leucemia.

Maria admirou a coragem da colega de trabalho e se perguntou por que ela ainda não havia ido ao médico. Enquanto observava os demais trabalhadores, o anjo pediu para que ela olhasse para o próprio pé. Dele subia um vaporzinho branco semelhante a água fervendo. Percebeu então o que Deus quis lhe ensinar. E o anjo complementou:

- Todos os seres humanos sentem algum tipo de dor, uns mais, outros menos, e recebem a força necessária para suporta-lá.

O anjo segurou no ombro de Maria e, em um piscar de olhos,  ela acordava em sua cama novamente.

Seu pé continuava doendo, e lembrando-se do sonho, adquiriu forças para aguentar caminhar o dia inteiro pois sabia que havia colegas com problemas piores. E, para ser bem sincera consigo, para evitar nova humilhação.

Depois de algumas horas, a patroa mandou recado de que queria vê-la novamente. Com medo de outra represália, a moça foi rapidamente ao escritório.

Sua patroa estava com o cotovelo envolvido em uma bandana, mas Maria ficou bem quietinha. Então ela avisou que tinha marcado uma consulta médica para Maria examinar o pé e informou que pagaria também pelos medicamentos que o médico prescrevesse. Ainda se prontificou a levar Maria ao consultório.

Maria só conseguiu murmurar um obrigada e quando estavam dentro do carro sua patroa lhe explicou:

- Dei uma cotovelada na parede ontem à noite em minha casa quando levantei na madrugada e  hoje cedo quando reclamei sobre meu braço dolorido com meu marido, ele riu e disse que "não tem nada aí. Você tá de frescura".

Maria não falou nada, mas sorriu interiormente com a verdadeira revelação das dores.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

CRÔNICA POÉTICA - DUELO COM CICLISTAS



As Ruas da ex-Cidade das Bicicletas não querem mais saber de ciclistas.

Elas estão repletas de minas que ejetam os ciclistas desavisados. Ou cheias de armadilhas, que engolem as presas sobre duas rodas. As Ruas preparam-se diariamente para duelar com as rodas e que vença quem saber voar.

As Ruas trapaceiam: levam pela ciclovia, e em determinado trecho, apagam as linhas para ciclistas feito borracha, e aí, o ciclista liga o botão “Flutuar”.

E flutua mesmo, boiando no espaço da rua inacabada.

Lugar de ciclista não é calçada, nem via. Mas cadê a ciclovia? Alguém via antes? Ou a via depois que saiu a Rua? Enfim, havia um tempo em que a carroça tinha via junto com o cavalo. Mas e a via? Havia? Sim, pro pedestre e pro burrico. E agora? Há via para todo mundo? Há não, nem pra ciclista anão, nem pra ciclista grandão.

Ai, ai, ai! Onde se via carroça, hoje há via de asfalto; onde havia mato, hoje há via de chão.
Enfim, quanta via precisa para fazer uma rodovia? Sem buraco, nem armadilha para pedestre ou para ciclista?

Se antes havia para todos, porque hoje não há via suficiente para tanta gente?

Ligando o botão “Aterrissar”...


INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

O povo brasileiro é criativo e empreendedor, principalmente motivado por ambientes de crise, como a pandemia do Covid-19, que refreou a econ...