segunda-feira, 15 de julho de 2013

"Vontade" de morrer

Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.




Todo depressivo que se preza já sentiu (ou sente) "vontade" de morrer. Entretanto, esse desejo é metafórico e está intrinsecamente relacionado às nossas crenças.

O mal do século – a depressão, parece ter chegado para ficar – e condenar. Instala-se no centro nervoso, assim, como quem não quer nada, e percorre todos os labirintos neurológicos, corroendo os sentimentos de otimismo e desafiando a imunidade. Age de tocaia, permitindo um desânimo hoje, uma melancolia amanhã, e quando finalmente diagnosticada, a doença já aniquilou boa parte das endorfinas, responsáveis pela sensação de felicidade e bem-estar do indivíduo. Consequentemente, surge um intenso desejo de autopunição: o de não merecer continuar vivendo.

Na realidade, vontade de morrer para um depressivo tem o mesmo sentido de ruptura brusca do estado de ânimo que deteriora a mente, o coração e a alma e que desencadeia seus transtornos emocionais, para se transfigurar e voltar ao Éden, por exemplo, porque todas as nossas crenças nos levam a entender que no Paraíso não há dores e nem sofrimento.


Portanto, ao experimentar ou afirmar esse anseio irracional, o depressivo pretende transmitir que quer novamente se sentir digno da própria vida.

domingo, 13 de janeiro de 2013

CANSAÇO E MELANCOLIA

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Do simples cansaço à dominadora exaustão, de um lampejo de dúvida a uma plena afirmação, do riso despretensioso à prostrada melancolia, segue cada pessoa no curso da vida.

Chocam-se emoções em conflito elétrico e transferem cristais de luz de origem desconhecida, induzindo o lado magnético a substituir as descargas de adrenalina por tranquilas sensações.

Um instante que surpreende agita a aura e rouba a paz, eleva a estima, semeia esperança, colhe sucesso e o peito acolhe o prazer da conquista.

De repente, fracassam planos e velozes fragmentos correm entre os dedos, árduas horas de trabalho intenso se esvaem, sonhos zeram, ilusões de vitória se desvanecem.

O silêncio captura o Ego e mantém reclusa a Personalidade; o Temperamento permanece subjugado ao cativeiro e o Amor-Próprio renega a sua real Identidade.

Cansaço entorpece os sentidos, a percepção torna-se turva, a alma começa a quebrantar. A tristeza sofre de desenfreada melancolia, amofina-se, enxerga o melhor nos demais e, em si mesma, o que de pior existe.

Melancolia, no ápice do cataclisma emocional que gera, por exercer sua função e levá-la a sério, comemora a implosão do patrimônio que concebe inteiramente aniquilado sem possibilidade de restauração.

Exaurido, contudo, o Cansaço ainda combate, confronta e resgata o Amor-Próprio, defende a Personalidade, restaura o Ego, reeduca o Temperamento e reafirma a Identidade de quem, um dia, chegou a ser vencedor e hoje é como o pó dos livros que não são lidos. E a reação vem com tamanho ímpeto que a Melancolia percebe que está a um passo de perder a guerra e recua para tentar nova estratégia. Fracassa, tanto ela quanto o Cansaço, porque mais forte do que eles, a  avança com seus soldados divinos, um pelotão de virtudes que tem por objetivo trazer à vida.

Tanto o Cansaço quanto a Melancolia se entregam à brigada celestial e reconhecem que não há batalha, conflito, guerra, incidente ou tragédia que a  não supere e que sem ela não há vitória.

A NOVELA DAS VASSOURAS


Na época em que eu trabalhava em uma central de informações prestando atendimento telefônico, a supervisora citou que o verdadeiro profissional é aquele que consegue produzir com o que tem, ou seja, é aquele que alcança suas metas utilizando-se das ferramentas de que dispõe. Eu, porém, discordo, pois sem as ferramentas adequadas, há improviso e deste ocorre baixa qualidade.
Imagine um pedreiro sem a colher, um médico sem estetoscópio, um coveiro sem a pá, um jardineiro sem tesoura e rastel. Pense em um guarda de trânsito sem apito, um gari sem vassoura, um motorista sem veículo, uma passadeira sem o ferro. O pedreiro jogará o cimento com a mão, o médico confiará em sua sensibilidade, o coveiro cavará com a mão, o jardineiro ajuntará folhas e quebrará ou arrancará galhos com as mãos. O guarda poderá causar uma megaconfusao no trânsito, o gari amontoará a sujeira com o pé, o motorista terá que esbanjar alugando um carro, a passadeira apenas esticará as roupas com as mãos.
No meu caso, eu solicitava acesso à internet para ter melhores ferramentas de apoio para pesquisas e atualizações de cadastro. Embora comprovando meu comprometimento executando o dobro de atualizações de cadastro que dez atendentes juntos conseguiam durante as ligações, meu pedido fora negado.
Atualmente enfrento oposições semelhantes, como é o caso da compra de vassouras novas para a área onde trabalho. Depois de dois meses de constantes solicitações, fui vencida pelo cansaço. Varrer o chão da manufatura tornou-se um ato destemido, já que as vassouras são de má qualidade.
Não restam dúvidas de que por diversas vezes fui capaz de executar as tarefas pretendidas sem as ferramentas corretas. Minha antiga supervisora poderia até mesmo se orgulhar, contudo, continuo questionando a falta do equipamento indispensável à realização das atividades profissionais.

DESABAFO COM O “PSICÓLOGO”


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Doutor, cá estou eu novamente, relutante, inquieta, afogada na angústia, aturdida com os fracassos antigos, julgando-me inferior, tornando minha ignorância um fardo indelével, encarcerada aos grilhões de um tormento inefável, a uma sensação mórbida que contamina cada célula e, por sua vez, cada átomo da minha fortaleza orgânica.
Os portões de meu castelo de sonhos estão fechados e os arqueiros do meu desencontrado delírio seguiram todos para o conflito entre o “ser e o pertencer”. Meu reinado permanece desprotegido e eu inerme aos ataques de um assolador desespero.
Doutor, o Senhor tem o poder de conduzir-me novamente aos caminhos da esperança e resgatar-me das cruéis esquinas da dúvida.
Sou sua obra, Doutor, uma ínfima molécula das incontáveis criações de suas mãos e dotada de personalidade e sentimentos. Então, zeloso Doutor, cure meus espasmos ameaçadores e acalente os desejos impacientes. Receite uma injeção balsâmica de pacata resolução e tome para si a febre de meus anseios temerosos de jamais se concretizarem.
Acredito, porém, no tratamento que me tem prescrito, querido Doutor, e assim, percebo que a minha origem genética foi planejada e concebida conforme os critérios de sua avaliação benigna e sobrevive, porque o Senhor tem acompanhado meus mais difusos e perturbáveis dilemas através de seu cuidado constante e próximo.”

SOLUÇOS


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Ligada à minha progenitora, levanto a cortina do túnel e espio a luz ao fundo. Minha caverna, antes sossegada e aconchegante, agora revolve, trepida, atrofia e dilata, e dali quer me expulsar. Puxo com vigor o cordão que me une a minha protetora, porém, nada volta ao normal.
Um enorme buraco se abre e a claridade me cega. Sinto que me puxam e eu, não querendo sair, começo a chorar bem alto. Esquisito! Há tanta gente e todos ficam alegres porque eu estou chorando.
Estremeço de frio e esperneio, atemorizada. Onde estará minha bolsa aquecida na qual eu me divertia igual a um malabarista dando piruetas e chutando para ser notada? Puxo o cordão para buscar reforço e vejo, absorta, que ele está hirto em minha mão. Quando percebo que não há mais elo, choro a plenas cordas vocais.
Eu choro suplicando o retorno para o meu reduto de paz, onde nada pode me atingir. Ninguém me ouve, apesar de ter tantos rostos olhando para mim. Então me enrolam em uma coberta e me deitam no peito de uma pessoa. O cheiro dela me é familiar. Ela é meiga e chora tanto quanto eu. Será que ela está com pena de mim e pode entender por que eu choro? Quando a mão da mulher me acaricia eu, de tão alegre, paro de soluçar. Estou novamente em segurança.
Ela beija-me e eu descubro que ela cuidará de mim do mesmo jeito que me protegia quando ainda fazíamos parte uma da outra. Percebo que, chegando o tempo certo, a separação é indispensável, mas daí se fortalecem os laços de amor.

A MANSÃO E O CASEBRE


Era uma cidade pequena, daquelas onde as pessoas se reúnem na praça, alimentam pombos, as crianças brincam sem preocupação, casais namoram de forma respeitosa.

Todos os vizinhos se conhecem, se saúdam, conversam, jogam cartas. Mas a cidade também evoluiu e muitas das casas antigas foram demolidas para ceder espaço a residências pomposas.

Em certa rua, porém, um humilde casebre resistia à modernização. Pertencia a um casal de idosos que não tiveram filhos, mas mesmo assim, eram muito unidos. Diversas propostas comerciais haviam sido feitas, contudo, o casal veterano recusava oferta após oferta. Nada do que oferecessem os demovia de não venderem sua propriedade.

Apesar de não terem netos, eram conhecidos na pacata cidade como o Vô Diógenes e Vó Carminha, diminutivo de Carmem. Eram considerados sábios e recebiam as pessoas para se aconselharem com eles.

Uma casa de luxo fora construída ao lado da casa dos idosos e o proprietário era homem rico, poderoso e orgulhoso. Logo começou a lançar indiretas ao sensível casal, dizendo que a vizinhança depreciava o preço do imóvel dele. Vô Diógenes tratou-o sempre com cortesia apesar das insinuações. Vó Carminha achava que o moço parecia arrogante e não merecia atenção, mas tão logo desabafava, já pedia desculpas ao esposo pelo julgamento precipitado.

Não demorou muito tempo e o jovem autoritário, tão incomodado que estava, resolveu enfrentar e ameaçar o casal. Fez com que acreditassem que tinha poder para comprar o casebre e despejá-los daquele lugar. Vô Diógenes fitou-o com comiseração e brandura:

- Senhor Rafael, grande é a sua fortuna e forte o seu poder. Só que maior do que tudo é o seu orgulho e a sua obstinação.

- O que pensa que está dizendo? – reagiu o vizinho, irritando-se.- O senhor foi poupado na educação e não aprendeu a aceitar o NÃO. Dessa forma, acha que todos devem servi-lo.

A serenidade com que Vô Diógenes falava repercutia no âmago do novo morador, provocando uma sensação de dependência que nada o agradou. Então compreendeu que a fama de sábio era mesmo verdadeira. De repente, sentiu que precisava desesperadamente fugir dali.

- Meu marido acertou em cheio, não é mesmo? – interveio Vó Carminha, deixando Rafael ainda mais desajeitado. – Presunção, egoísmo e arrogância são sentimentos que devemos evitar. Eles são nocivos para você e para os que estão ao seu redor.

- Eu... sinto muito – desculpou-se. – Eu vou indo. Não vou mais incomodar.

- Só mais um instante – pediu Vô Diógenes. – Quando o senhor aprender a respeitar a vontade dos outros, vai se sentir melhor com o senhor mesmo. A diferença será tanta que as outras pessoas perceberão. O senhor passará a querer o bem delas, e o povo então o elegerá para um cargo importante.

- Querido, precisamos jantar – lembrou gentilmente Vó Carminha. Despediram-se de Rafael e entraram.

Os anos passaram e Rafael não voltou a importunar o casal. Os idosos, já com idade avançada, passaram desta para melhor.

Rafael, por sua vez, mudara e, do jeito que Vô Diógenes predissera, o vizinho tomara gosto pela vida pública. Dinheiro, não precisava. Portanto, combatia a corrupção. Fazia campanhas para angariar fundos para obras de solidariedade, zelava em especial pelos mais idosos. Finalmente, concorrera às eleições municipais e fora eleito com a maioria absoluta de votos.

No dia em que foi empossado no cargo, lembrou-se, emocionado, de Vô Diógenes, que lhe dera aquela valorosa lição de vida. Rafael não guardava mais rancor nem remorso, pois aprendera a valorizar o conteúdo e não a embalagem.

Enquanto divagava, um rapaz abrira espaço na multidão e insistira com o assessor para falar com o novo prefeito. Ao se aproximar, o rapaz entregou para o prefeito um envelope e se retirou. Rafael abriu o envelope, apanhou os papéis de dentro e leu, primeiramente, a carta que lhe fora endereçada: “Parabéns, Rafael! Sabíamos que conseguiria!”. A dupla assinatura era de Vô Diógenes e Vó Carminha e, anexado, a escritura da propriedade onde residiram durante todos os anos de suas vidas doada em favor de Rafael, datada e lavrada em cartório um dia após o encontro entre eles. Rafael engoliu em seco e seus olhos ficaram marejados de lágrimas. Compreendeu que eles pretendiam vender a casa, porém, se cedessem aos caprichos de Rafael na época, este nunca teria amadurecido.

Decidiu então revitalizar a residência dos idosos e fundou no local um lar de amparo a pessoas carentes. Na inauguração, fez um discurso emocionado, testemunhando como o casal havia transformado sua vida. Ao cortar a fita e puxar a cortina, apresentou à comunidade o Lar Vô Diógenes e Vó Carminha, preparando você para a vida, em homenagem a duas célebres pessoas que se preocupavam com o bem comum.

TORPEDO DE EDUCAÇÃO


A tecnologia sobrepõe-se a si mesma em questão de horas. Aquilo que era novidade absoluta pode tornar-se, em menos de 24 horas, um amontoado de lixo eletrônico.

Câmeras digitais, ipod’s, tablet’s, computadores, GPS’s, televisores com transmissão digital, são itens consumidos absurdamente e o campeão desse rol tecnológico é o telefone móvel. Celulares com câmera fotográfica e de vídeo, aparelhos que permitem acesso instantâneo a redes sociais, são verdadeiros computadores de bolso que concorrem para o desenfreado capitalismo e, consequentemente, para a incansável busca de mais avanço, mais utilitários em um único instrumento.

Enquanto os usuários desse atual item de gigantesca prioridade vão engordando as contas bancárias dos fabricantes, sucumbem ao desinteresse familiar. A reflexão partiu quando observei um casal “grávido” caminhando lado a lado na calçada, cada qual com seu respectivo aparelho telefônico. Não conversavam uma vez que a atenção era dispensada para o generoso instrumento de lazer. Digitavam sem parar, daí se deduz que estariam enviando valiosíssimos e indispensáveis torpedos, sem os quais não se permitiriam mais sobreviver. As mensagens automáticas podiam aproximá-los das pessoas que estão distantes, contudo, afastavam-nos deles, bloqueando a comunicação e a afetividade.

Se, ao menos, os celulares proporcionassem um apoio à educação; se em vez de jogos, o entretenimento mostrasse como se agradece, ensinasse a pedir desculpas, notabilizasse o respeito, o comprometimento com o agir corretamente, informasse lições de amor em prol do bem-comum, mas não, ele conecta a maioria das pessoas ao universo virtual, desprovido da verdade, do convívio com familiares. A cultura limita-se à musical, ao MP3, 4, 8, 12... e ao egocentrismo, fotos exclusivas para o Orkut, em um verdadeiro pandemônio narcisista.

Utilizar a tecnologia de modo equilibrado é como ter bons hábitos de vida como uma alimentação saudável. Combater os excessos quando interferem na vida familiar é algo que deveria caber a todos nós, usuários, com verdadeira preocupação com a linguagem e as atitudes. Que em vez de torpedos desconexos, nós pensássemos em melhorar o aspecto humano, enviando SMS’s de educação, respeito e fraternidade.

AS RAZÕES DO IRRACIONAL


Por que sonhamos? Por que imaginamos? Por que sentimos? Por que viajamos no universo ilimitado de nossos desejos? Por que aspiramos sentenças melhores? Por que mantemos esperanças mesmo que as achemos, nós mesmos, vãs?

Por que pensamos que tudo deve ter algum sentido se a maior parte do tempo vivemos emoções que não possuem qualquer explicação? Por que esperamos explicar com lógica aquilo que não é razoável?

Procurar respostas implica em novas perguntas. Investigar as peculiaridades de um ato sugere maiores desafios. Os enigmas ramificam-se tal como os links na internet: navegamos atraídos pela necessidade do saber e o conhecimento se alastra, contudo, se perdemos o foco, nos afogamos em informações inúteis e superficiais.

Sonhamos porque desejamos mudar a nós mesmos. Imaginamos porque somos seres dotados de inteligência e capacidade de realizar. Vivemos aguardando dias melhores porque somos movidos por esperança. Por que há esperança? Para comprovar a existência da fé.

A fé solidifica, armazena, compõe, reúne, explica, solidariza-se, incentiva, enleva, conquista, emociona, ameniza, enfrenta, procura, encontra, fortalece, intensifica, capacita, aprova, conduz, perdoa, ama.

E o que é a fé? Simplesmente a resposta para todos os infindáveis porquês.



A Solidão como Dádiva


A solidão maltrata e por vezes recompõe os fragmentos da alma dilacerada. Cresce-se com o sofrimento e o sacrifício, e a reflexão, a melhor, vem quando cada um fala consigo mesmo.

Solidão não deteriora o compromisso nem amolece o companheirismo; antes mostra a conduta correta a tomar. Ser solitário é triste, pois o ser humano foi criado para viver em família; estar solitário, porém, é dádiva, é momento para um checkin no closet de amarguras e no compartimento de decepções.

Não é um mal existir solidão, ela tem uma finalidade apesar da dor que causa. Pode-se estar sozinho, contudo, jamais se está totalmente só. Trata-se do amigo que está ao lado – o Espírito Santo, intermediando as conversas entre o Filho e o Pai. Solidão só é permitida para amadurecimento espiritual, apontando na direção certa, mesmo que o caminho seja sinuoso, ou que o excesso de preocupação atrase o passo. O mestre da vida deseja que sua criação se torne perfeita. Que viva em união. Solidão, portanto, tem importância para profunda meditação. Existe solidão para aquele que a quer.

O TEMPO


O que é o tempo em relação à eternidade? O que é uma árvore diante da Amazônia? O que é um copo de água frente às cataratas do Iguaçu? O que um ser humano significa quando comparado à humanidade? 

Cada um de nós representa um átomo reduzido à enésima potência. Não seríamos nada se não tivéssemos o amor de Deus dentro de nós. Essa é a diferença preponderante para nosso testemunho. Somos exclusivos, uma vez que fomos presenteados com o dom da vida e consequentemente, com a consciência.

Deus criou o tempo e a eternidade, criou a árvore e as flores, criou a água e o oceano. E além de ter colocado as mãos na massa, inspirou-se e nos transformou, nos tornou um organismo que contém sentimentos, dá-nos a escolha do que desejamos comunicar. Não somos apenas sua obra, somos livres para participar da família celestial. Podendo optar pelo caminho que pretendemos trilhar, garantimos a certeza de sermos amados, pois somente aquele que nos deu a vida foi capaz de oferecer o direito do livre-arbítrio.

As vezes nossos planos fracassam, nossos sonhos esmorecem, nosso ânimo fica desalentado e nos sentimos solitários, vazios, exauridos e desesperançados. Esquecemos que somos obra e que o escultor da vida pode e deseja nos recuperar das nossas tristezas e dos nossos sofrimentos. Lapidar nossa vida. Esculpir nossa ignorância. Pintar nosso interior com as cores da exuberância. Bordar os fios de nosso cabelo. Compor a melodia que nos encaminha à paz. Ninar nosso coração. Mostrar, sobretudo, que se importa conosco.

Deus sabe quando nos sentimos insignificantes diante de sua criação, mas não nos compara e conhece nossa verdade, nossas fraquezas e nosso melhor. Ele nunca desmerece a gota, porque sabe que ela é essencial para a formação dos rios e mares. Jamais despreza uma planta, que é parte de um imenso jardim florestal. Portanto, oferece o amor inefável para cada um de nós, com exclusividade, pois pertencemos a sua família.

Então, quando nos sentirmos ansiosos para que determinada coisa aconteça, lembremo-nos que Deus nos deu a eternidade; quando encontramo-nos infelizes, recordemo-nos que é a união de cada gota que faz jorrar uma cascata, portanto, Deus sabe que somos importantes e quando percebemos em nós uma insignificância, pensemos que a humanidade inteira depende de cada um de nós, daquilo que somos e que podemos acrescentar de bom a essa imensa família.


VALORES


Tenho tanto para olhar,
mas nada para enxergar;
sou rico de vida,
mas pobre de amor.
Possuo bens e imóveis,
e não conquistei uma família.
Valores numéricos preenchem
minha conta bancária,
mas os valores humanos
se esvaem sem remorso.
Passo os dias trabalhando,
contudo, não trabalho para o melhor.
Posso compartilhar,
nada me falta a não ser o desejo de doar.
Uma mudança ajuda.
Casa nova, carro novo,
guardarroupa novo,
visual renovado.
Descubro que não é bem dessa mudança
que preciso ou que traria o essencial.
Olhar e ver, mas sem enxergar
não muda realmente.
Mudança é relativo,
transformação é essencial.
Preciso reconquistar
o espaço irracional
entre as somas financeiras
e redefinir o que espero de
minha própria conduta.

Um novo horizonte


A minha morada é espetacular! O sol irradia sobre as colinas, permeando entre as árvores e o jardim que circunda meu lar. Sou tão feliz que posso sentir o toque da mão bondosa do criador quando o raio de sol atinge a minha pele.

A cada ocaso e a cada alvorecer me sinto mas alegre porque estou viva! Viva! Como é bom ter um dia novo para viver. Os obstáculos existem, mas como tenho um Pai zeloso, atravesso por eles corajosamente. Eu amo o Pai que me encoraja e me dá a ao. Eu amo do mesmo jeito quando meu Pai precisa me dar sermão. Eu tento ser como ele, que é perfeito, e o Criador sabe do meu esforço, para isso precisa me corrigir quando tropeço.

Ah, eu sou tão feliz! O sol toca minha pele e a brisa refresca meus impulsos extremistas. Cada dia aprendo mais e sou nova criatura. Sinto-me como a tela do pintor, ou como a música do compositor, ou ainda, como a estátua nas mãos do escultor. Nos pés, há a força da bailarina; nos braços, a suavidade de um carinho; nos dedos, a delicadeza do artesão; no coração, a enorme gratidão pelo presente da vida.

Reservar


Busque um tempo para rir e outro para chorar.
Ore sempre, mesmo que não tenha vontade.
Deus compreende seu sofrimento sem você precisar proferir uma única palavra.
Não se esquive do poder do Criador.
Felicidade é um estado de espírito, então,
pratique a felicidade:
alegre-se quando cortar o dedo,
pois a pele vai cicatrizar;
anime-se quando cortar cebola,
cante chorando e perceba o resultado interessante.
Pode chorar quando quebrar a unha ou martelar o dedo,
mas chore de alegria,
porque é sinal que você tem vida aí dentro.
Aborreça-se de vez em quando,
mas perdoe o seu esposo
que deixou a toalha molhada sobre a cama
e compreenda sua esposa
quando ela estiver na TPM.
Faz bem sentir-se valorizado e protegido.
Quer saber?
Reserve um tempo para tudo o que lhe der na telha,
mas tome cuidado com os excessos.
Lembre-se que seu corpo é vulnerável.
E surpreenda-se, emocione-se com você mesmo.

A mãe que não sabia orar


Mãe e filha moravam em uma propriedade rural bastante afastada da cidade. O pai era caminhoneiro e por essa razão não se encontrava em casa quando a pequena criança adoeceu.
A mãe, então, decidiu ir até a cidade para buscar um médico e disse para a filhinha, que se encontrava de cama: "Filha, não abra para ninguém."
Dividida entre a preocupação de deixar a filha sozinha e a necessidade de buscar atendimento hospitalar, a mãe saiu de casa, não sem antes trancar a porta e colocar a chave embaixo do tapete na soleira.
Atravessou o jardim,
passou pelo portão,
seguiu por uma estrada de terra,
passou sobre uma ponte pênsil,
caminhou alguns quilômetros,
virou à esquerda,
subiu um morro,
desceu a colina,
passou por um bambuzal,
cortou caminho por uma pastagem,
alcançou o ponto final do ônibus,
embarcou no veículo e chegou na cidade.
No posto de saúde, não tinha médico. O único farmacêutico da cidade havia viajado. Desconsolada, sem saber como proceder, a mãe passou na frente da igreja e ouviu as pessoas fazendo orações. Entrou e uma das mulheres perguntou o que ela desejava. A mãe explicou que a filha estava doente, sozinha em casa, e não havia médico nem farmacêutico para atender. A mulher então recomendou que a mãe orasse, que Deus atenderia sua oração. Animada, a mãe começou a orar:
"Deus, minha filhinha precisa da sua ajuda. O Senhor precisa ir até a nossa casa, porque ela está de cama.
Aí o Senhor toma o ônibus,
chega no ponto final,
corta caminho por uma pastagem,
passa por um bambuzal,
sobe uma colina,
desce um morro,
vira à direita,
caminha mais alguns quilômetros,
passa sobre uma ponte pênsil,
segue por uma estrada de terra,
passa pelo portão,
atravessa o jardim,
pega a chave embaixo do tapete na soleira,
abre a porta e cura minha filhinha.
Ah, Deus! Vê se não esquece de trancar a porta e colocar a chave embaixo do tapete, tá?"
Estarrecida com a oração, a mulher criticou a mãe dizendo-lhe que não era daquele jeito que se ora e que Deus jamais iria atender uma oração daquele tipo. Mais uma vez, a mãe ficou desanimada e começou a chorar. Sem solução, voltou para casa.
Tomou o ônibus,
chegou ao ponto final,
cortou caminho pela pastagem,
passou pelo bambuzal,
subiu a colina,
desceu o morro,
virou à direita,
caminhou mais alguns quilômetros,
passou sobre a ponte pênsil,
seguiu pela estrada de terra,
passou pelo portão,
atravessou o jardim,
pegou a chave embaixo do tapete na soleira,
abriu a porta e entrou.
Quando chegou ao quarto, viu que a filha brincava lá fora e foi ao encontro dela. Disse alegremente: "Filha, você melhorou! Que feliz que estou!"
Sorrindo, a filha contou: "Mãe, é que apareceu um moço e tocou na minha cabeça. Daí ele pediu para eu dizer para a senhora que ele não ia esquecer de trancar a porta e colocar a chave embaixo do tapete."
Edilene - baseado em uma história contada por uma amiga em 2005.

Enfrente as dificuldades


A lei da atração universal é límpida com as águas de um riacho preservado, pois é dando que se recebe. Energias negativas geram cargas retroativas e descartam possibilidades de crescimento, reduzindo chances na cura de doenças ou em simples questões de convivência. O convívio com pessoas neutras estabelece harmonia nos pólos, mas não é suficiente, porque a neutralidade é nula, é retrógrada, faz o ser humano permanecer estacionado no tempo. Por isso é importante manter sempre pensamentos positivos, pois estes permitirão um novo horizonte, um olhar mais compreensivo e menos cobrança. Faz com que a gratidão se intensifique e crie harmonia em um ato de doação de energias.

Manter o pensamento fixo em um problema aparentemente sem solução imediata não leva a lugar algum, antes estaciona a abertura de novas oportunidades. Aí surgem as contradições com as quais dizes não saber lidar. Os seres humanos são todos diferentes e a motivação para uma convivência salutar, harmoniosa e até mesmo prazerosa depende do diferencial entre abandonar o problema ou enfrentá-lo, mesmo que o choque seja inevitável. Quantas vezes deixamos de falar algo de importante para evitar desentendimentos? A oposição de idéias é sempre útil, torna o ser humano edificante quanto a seu progresso. A espiritualidade é sensibilizada em alguns muito mais que em outros devido ao livre arbítrio, que significa livre escolha. Jesus é o único caminho, mesmo assim, as pessoas preferem o caminho mais longo e mais árduo. 

Não se restrinja a pensamentos destrutivos; antes se regozija nos princípios que Deus lhe ensinou e procure seguir com todas as suas forças os caminhos para os quais Ele lhe conduz.

Aceite o que é endereçado a você com serenidade, tolerância e resignação. Os problemas só se tornarão maiores se você permitir que tomem grande vulto. Esperar é o segredo. A paz e a harmonia nascem da confiança. Os caminhos se abrirão e todos terão enormes oportunidades. Todos os povos se unirão. Deus é justo e fiel para aqueles que o seguem.

A importância da autoestima no ambiente de trabalho


Certa vez, um supervisor desvalorizou sua equipe de trabalho ao julgar que os colaboradores do turno vespertino sob sua subordinação trabalhavam de forma mais adequada e que os do turno matutino se tratavam apenas de números, que a integridade moral, o esforço e a preocupação, ou a qualidade do trabalho de sua equipe não eram diferenciais e eram passíveis de substituição. 
Destituídas de sua autoestima, às pessoas da equipe restou lembrar de que dependiam dos recursos gerados pela própria mão de obra para sobreviver.
Da mesma forma que os inimigos do povo de Deus desejavam impedir a reconstrução do templo usando artifícios como corrupção, hipocrisia, chantagem, no ambiente em que vivem as pessoas que procuram harmonia para executar suas funções, buscam ser solícitas e ativas, exercendo com demasiado empenho as atividades as quais lhes são impostas, ocorre um processo contrário em detrimento de todas as boas ações. Percebe-se que inteligência e sabedoria caminham na tangente sob a visão de ângulo central, ou seja, não andam paralelamente. Busca-se eficiência em todos os níveis, mas as condições de trabalho nem sempre favorecem o cumprimento das atividades com a prezada harmonia. Desloca-se, então, o eixo da importância humana para a convicção material e egoísta, apresentando como argumentação o cliente final, aquele que decide a compra, o que pretende adquirir um bem de consumo durável e funcional. Nada permanece estagnado. Problemas casuais, crises emocionais, decadência financeira, saúde perturbável são reações que o ser humano sofre e que medem o momento de desequilíbrio. Impossível manter tudo sob controle o tempo todo. Quando o volume circunstancial de controvérsias escapa ao domínio próprio, impiedosamente o ser humano mais resguardado julga obter mais vantagem em virtude do egocentrismo encontrado nas almas mais decentes. 
Entendimento e resignação são os caminhos mais precisos para superar os traumas oriundos das transitórias questões na convivência. A coragem só servirá se vir acompanhada de sabedoria – a capacidade de praticar o conhecimento adquirido. Para o convívio continuar em escala de harmonização, é necessário aceitar que cada pessoa é possuidora de falhas. 
A autoestima será novamente valorizada a partir do momento em que o perdão converter os corações mais amargurados desarmando todas as intempéries negativas.

sábado, 12 de janeiro de 2013

UMA QUESTÃO DE COMPROMISSO


Uma bobina vazia de fita crepe escapou da mão do operário da linha de montagem de uma fábrica e foi rolando até parar no corredor central da área de almoxarifado, diante da plataforma de expedição. O operador sabia que deveria ajuntar a bobina, mas como não pretendia comprometer o andamento de sua produção, deixou a mesma onde estava e pensou que alguém certamente a ajuntaria.
No mesmo instante, acabara de desembarcar de um veículo o diretor geral da unidade fabril instalada em outra cidade para visitar as dependências da fábrica. Os diretores da unidade já se prontificavam para acompanhar o célebre visitante.
O almoxarife puxava um carrinho carregado de material em direção à área da linha de montagem. Observou a bobina de fita crepe e pensou em ajuntá-la. Porém, se lembrou de que tal função não era de sua responsabilidade e desviou o carrinho, prosseguindo com seu trabalho, que era o de abastecer a linha de montagem.
Em seguida, o condutor de um carrinho elétrico fez uma manobra perigosa para desviar da bobina de fita. Resmungou e criticou a pessoa que derrubara o material, mas como tinha pressa em levar o produto final para a plataforma de carregamento, nem pensou em parar para ajuntar a bobina.
Então, puxando seu carrinho vazio, se aproximou uma operária encarregada de entregar material de fornecedores externos para a linha de montagem. Quando viu a tal bobina, fez um escândalo e tratou logo de investigar o autor do trabalho mal feito e a quem cabia o dever de tirar o objeto do corredor. Apesar de sua insistência, ninguém assumiu o problema. Encaminhou-se até o chefe da linha e relatou o fato. Por sua vez, o chefe informou ao seu supervisor. Este acabara de receber através do rádio a informação de que o visitante estava na portaria da fábrica e pensou: “Tenho que resolver este problema com urgência, porque não quero levar bronca por causa de uma falha que nem cabe ao meu pessoal.”
Chegou ao local, porém, percebeu que a questão tomara maiores proporções. O corredor fora obstruído por dezenas de operários, que discutiam quem deveria solucionar aquele caso. O condutor da empilhadeira freou o veículo e buzinou solicitando passagem, porém, irritou-se porque ninguém o atendia. Os almoxarifes não tinham espaço para manobrar seus carrinhos e começaram a preocupar-se que a linha de montagem poderia ser prejudicada caso o problema persistisse por muito tempo.
Enquanto isso, o diretor e seus assessores detiveram-se por um instante no gabinete do supervisor de engenharia. A poucos metros adiante, a confusão continuava. O supervisor da linha solicitou a presença do supervisor do almoxarifado e ambos, diplomaticamente, tentavam esclarecer o fato e entrar em comum acordo.
-     Quem jogou deve ajuntar – afirmou um dos envolvidos.
-     Não, quem vai ajuntar é o pessoal da expedição, já que está na frente da área deles – retrucou um operário da linha de montagem.
-     Nada disso! Nós não trabalhamos com este material e não compete pra gente ajuntar – replicou o almoxarife.
Os supervisores, informados por seus subordinados de que os visitantes estavam nas imediações, ficaram ainda mais ansiosos, pois os diretores presenciariam aquela falha no procedimento.
Acompanhado por sua equipe, o diretor saiu do gabinete do supervisor de engenharia e já seguia adiante em sua visita, contudo, parou no corredor durante um instante para atender o celular. A ligação estava ruim devido aos ruídos característicos da fábrica, então o diretor seguiu para o portão de saída à direita.
Ao mesmo tempo, um dos operários que era deficiente físico, tentava abrir caminho no meio da confusão. Cuidadosamente, utilizava suas muletas e caminhava devagar procurando espaço no meio dos colegas, mas nem prestou atenção ao motivo pelo que discutiam. Parou bem na frente da bobina de fita crepe e pensou: “Isso aqui não tá no lugar certo. Além disso, alguém pode tropeçar e se machucar. Já sei!” Abaixou-se com todo o cuidado, sempre apoiado nas muletas, ajuntou a bobina, ergueu o corpo lentamente e seguiu até os latões de lixo reciclado. Descartou a bobina no local adequado e seguiu seu caminho. Todos os envolvidos na discussão calaram-se e ficaram paralisados por um instante. De repente, como se tivessem finalmente compreendido, retornaram imediatamente para seus devidos postos: a empilhadeira entrou no primeiro corredor à direita e abriu passagem para os carrinhos elétricos, comboios e também para os almoxarifes, que se apressaram a levar as peças para os respectivos destinos.
O supervisor do almoxarifado suspirou aliviado quando avistou o diretor da outra unidade fabril aproximando-se, juntamente com seus assessores e os diretores que acompanhavam a visita. Estendeu a mão para cumprimentar o diretor, que o parabenizou pela organização da área e pelos prêmios conquistados.
-     Isso é resultado de uma série de treinamentos oferecidos aqui em nossa unidade para que nossos colaboradores vejam a importância de trabalhar em equipe – agradeceu o supervisor. Em seguida, o grupo continuou sua visita à fábrica e o supervisor do almoxarifado, consciente da lição ensinada pelo operário com deficiência, foi encontrar-se com ele para oferecer-lhe uma merecida promoção. 

ACREDITE NO CASAMENTO


   A modernidade implica em independência, não somente a financeira, mas também a emocional. As pessoas desejam o melhor para si e se esquecem de oferecer o melhor para o outro. Os casais decidem viver juntos, porém, aos primeiros sinais de turbulência, preferem abandonar o barco e procuram resgate para navegar em outros mares.
   
   O casamento não é mais visto como união eterna. Entretanto, casamento é sagrado, não uma banalidade, como uma roupa que se usa e se passa adiante quando não serve mais. O que esperar, então, quando as dificuldades aparecem e se empilham e parecem esgotar o amor?
   
   Quando chega o outono, as folhas das árvores secam e caem, ficando muito próximas às raízes. Quando chega a primavera, as árvores tornam a brotar e a floração se renova. Assim acontece com o amor entre marido e esposa. As dificuldades são como o outono e o inverno; elas nos fazem murchar, perder o viço e até cair, iludindo-nos sobre os sentimentos atuais e os antigos. À medida que vamos transpondo os obstáculos que se interpõem em nosso caminho, vamos ultrapassando as barreiras do descaso e do egoísmo. Vamos serenando nossas ambições e cultivando mensagens de otimismo e persistência para buscar a plenitude do amor sincero. A união não é simplesmente um mero compromisso. Trata-se de um cuidado mútuo, da doação desinteressada, da expectativa por desafios e da perspectiva em vencer, juntos, as arbitrariedades.

   Acredite no seu casamento. Eu acredito no meu.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

RECONHECIMENTO E GRATIDÃO

Deus deu-me braços para trabalhar de forma que eu aprendesse o valor do esforço; concedeu-me a mente para pensar em desenvolver meu próprio discernimento; criou pernas para que eu chegasse aonde desejasse; e ainda, permitiu-me escolher o caminho que pretendesse trilhar.

Ele mostrou-me a essência da verdade, da dignidade, da solicitude, da ética e do respeito. Lembra-me que, incansavelmente, me acompanha e me oferece proteção indelével.

O Criador desenhou cada traço do meu exterior com o talento de um artista e constituiu com dedicação cada célula do meu organismo. Conhece tão bem a sua obra que compreende a variação tresloucada de sentimentos, agindo discreta e imperceptivelmente para solucionar os problemas que acarretam sofrimento.

Revelou a importância da família, que reconheço como dádiva valiosíssima. E para Ele, eu represento uma joia preciosa única, de valor inestimável.

Sou sua criatura e Deus deu-me a chance de ser eu mesma; ele conhece os meus defeitos, contudo, me ama como filha. Segui-lo é apenas uma opção que me proporciona, mas sinto que segui-lo é o mesmo que deixar Deus caminhando na frente.

INÉRCIA: UM OBSTÁCULO PARA O SUCESSO

O imprescindível é encorajar-se a começar. O progresso é iminente, contudo, a ausência de planejamento concorre para que as grandes obras transladem para as bocas-de-lobo entupidas de entulhos pragmáticos. O início é efêmero e superficial, uma vez que a ideia se concebe boa, irreverente, inusitada e simultaneamente inútil se não executada.

O início assemelha-se a um obstáculo paralelo ao cárcere. De um lado a hipotenusa aborta o elo emocional e de outro segrega o essencial do fútil. Começar é, portanto, irrigar as mitocôndrias de incessante bravura.

Admiro as pessoas que levam a cabo o ditado que menciona não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Desejaria transformar a preguiça meio disfarçada de falta de entusiasmo, metade limitada ao baixo poder aquisitivo, mas aí é que está a diferença! Grito comigo mesma para largar a inércia misturada de medo, de autodesprezo e de decidida ignorância! Vocifero contra o atual processo punitivo que meu cérebro desencadeia com um propósito ilógico de deterioração mental e consequentemente física! Imploro para que os neurônios cancerosos estagnem o estágio de desmesurada desmotivação e, plácidos, regridam, combatidos pelos anticorpos que, latentes, aguardam a ordem para cumprir sua missão. Basta apenas um sinal para o ataque estratégico e a posterior vitória.

O sinal já foi dado. O meio, labirintos intermináveis que conduzem energia, estão sendo preparados. A meta, fazer a ideia dar a volta no planeta, incoerentemente definida. A covardia de começar, desafiada. A dúvida, derrotada pela certeza e persistência do extremo desejo. O desejo, por sua vez, mais resoluto de que o começo já se tornou mais do que um sonho e uma possibilidade, e sim uma conquista plena.

NUNCA DUVIDE DE SI MESMO

           Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.


    Existe muita coisa que podemos fazer por nós mesmos; uma delas é não duvidar das nossas capacidades. À medida que os minutos vão passando, há novas tarefas, novas convicções, novos esforços. Problemas que se empilham.

          Dificuldades antigas que vêm à tona. Imperfeições que não são mais toleradas.
Dentro do processo de autoconhecimento, vamos tornando complexas as nossas verdades. Não aceitamos mais viver sob o mesmo prisma: dificuldades assoladoras de autoestima e de compreensão mútua. Queremos ser autossuficientes. Entretanto, não nascemos para viver sozinhos.

          Nossos sentimentos não são razoáveis, principalmente quando consideram a relação tempo x custo/benefício. Nosso cronograma é imediatista. Esquecemos que acima de nossa vontade existe a perfeição do Criador, e o cronograma que Deus estabelece para nós trata-se de um investimento a longo prazo. Deus não brinca com nossos sentimentos.

          Deus permite que escolhamos nossas próprias trilhas e, se assim o desejarmos, que procuremos os atalhos que julgarmos mais acertados. Apesar de Deus ser intocável, Ele nos estende a mão no momento da aflição; mesmo que seja perfeito, Deus se ofereceu em sacrifício por nós; quando enfrenta os perigosos poderes do mal, a voz de Deus é como o mais temido dos trovões, no entanto, a mesma voz nos consola como se fosse uma canção de ninar.

          Fé não é somente sentimento, é exercer o dom da paciência, é acreditar que o nosso pedido chegará ao Pai e que o melhor será feito de acordo com a vontade dele.

          O mundo pode oferecer um futuro melhor; mas o mundo não é nosso lar. Nossa existência é passageira; nossa casa é ao lado do Criador, nosso Pai por natureza. Ele deseja o melhor para nós. Basta que aceitemos a Sua mão, que enxerguemos a Sua luz, que escutemos a Sua voz. Precisamos somente crer que há resgate para o mais insolucionável dos problemas, que a persistência vai colher os bons frutos e que as amarguras terminarão antes mesmo de terminarmos de pedir.
Nunca duvide da sua capacidade de amar. Ofereça aquilo que há de melhor em você. E acredite. Acredite sempre. Você é um vencedor.


INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

O povo brasileiro é criativo e empreendedor, principalmente motivado por ambientes de crise, como a pandemia do Covid-19, que refreou a econ...