quinta-feira, 21 de abril de 2016

GRATIDÃO


Você também poderá ouvir este episódio no podcast Caminhos da Reflexão.




Sou grata pelo que tenho, e até pelo que ainda não possuo, pois isso me dá a possibilidade de sonhar.

Sou grata pela boa refeição e pela que ainda virá, pois o apetite é sinal de evidente saúde.

Sou grata pelas “obras de arte” que coleciono, pois:

-        joelhos ralados indicam que fui uma criança com sede de aventura e feliz, e que os tombos não me venceram e eu sempre me reergui;

-        pelos cortes e arranhões nos braços e nas mãos, pois fizeram parte de uma historia que me trouxe até aqui;

-        pelas rugas que se ramificam em meu rosto, apresentando trechos da minha jornada e do que me tornei;

-        pelas cicatrizes que trago dentro do corpo, que são os “cortes” que a vida me deu por dentro, mas que me fizeram amadurecer;

-        pelos cabelos brancos escondidos sob as nuances das minhas escolhas, certas ou erradas, mas realizadas em algum momento da minha existência;

-        pelos pés rachados de andar nas estradas do esforço, e de desviar das pedras que ameaçavam me impedir de avançar;

-        pelos vasos sanguíneos irrigados de gordura ou açúcar, pois isso prova que aproveitei as dádivas dos alimentos energéticos;

Sou grata pelo simples fato de ter uma caneta sem tampa e uma agenda velha para relatar minhas bênçãos.

E acima de tudo, sou grata por ter Deus vivendo dentro de mim.



segunda-feira, 15 de julho de 2013

"Vontade" de morrer

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Todo depressivo que se preza já sentiu (ou sente) "vontade" de morrer. Entretanto, esse desejo é metafórico e está intrinsecamente relacionado às nossas crenças.

O mal do século – a depressão, parece ter chegado para ficar – e condenar. Instala-se no centro nervoso, assim, como quem não quer nada, e percorre todos os labirintos neurológicos, corroendo os sentimentos de otimismo e desafiando a imunidade. Age de tocaia, permitindo um desânimo hoje, uma melancolia amanhã, e quando finalmente diagnosticada, a doença já aniquilou boa parte das endorfinas, responsáveis pela sensação de felicidade e bem-estar do indivíduo. Consequentemente, surge um intenso desejo de autopunição: o de não merecer continuar vivendo.

Na realidade, vontade de morrer para um depressivo tem o mesmo sentido de ruptura brusca do estado de ânimo que deteriora a mente, o coração e a alma e que desencadeia seus transtornos emocionais, para se transfigurar e voltar ao Éden, por exemplo, porque todas as nossas crenças nos levam a entender que no Paraíso não há dores e nem sofrimento.


Portanto, ao experimentar ou afirmar esse anseio irracional, o depressivo pretende transmitir que quer novamente se sentir digno da própria vida.

domingo, 13 de janeiro de 2013

CANSAÇO E MELANCOLIA

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Do simples cansaço à dominadora exaustão, de um lampejo de dúvida a uma plena afirmação, do riso despretensioso à prostrada melancolia, segue cada pessoa no curso da vida.

Chocam-se emoções em conflito elétrico e transferem cristais de luz de origem desconhecida, induzindo o lado magnético a substituir as descargas de adrenalina por tranquilas sensações.

Um instante que surpreende agita a aura e rouba a paz, eleva a estima, semeia esperança, colhe sucesso e o peito acolhe o prazer da conquista.

De repente, fracassam planos e velozes fragmentos correm entre os dedos, árduas horas de trabalho intenso se esvaem, sonhos zeram, ilusões de vitória se desvanecem.

O silêncio captura o Ego e mantém reclusa a Personalidade; o Temperamento permanece subjugado ao cativeiro e o Amor-Próprio renega a sua real Identidade.

Cansaço entorpece os sentidos, a percepção torna-se turva, a alma começa a quebrantar. A tristeza sofre de desenfreada melancolia, amofina-se, enxerga o melhor nos demais e, em si mesma, o que de pior existe.

Melancolia, no ápice do cataclisma emocional que gera, por exercer sua função e levá-la a sério, comemora a implosão do patrimônio que concebe inteiramente aniquilado sem possibilidade de restauração.

Exaurido, contudo, o Cansaço ainda combate, confronta e resgata o Amor-Próprio, defende a Personalidade, restaura o Ego, reeduca o Temperamento e reafirma a Identidade de quem, um dia, chegou a ser vencedor e hoje é como o pó dos livros que não são lidos. E a reação vem com tamanho ímpeto que a Melancolia percebe que está a um passo de perder a guerra e recua para tentar nova estratégia. Fracassa, tanto ela quanto o Cansaço, porque mais forte do que eles, a  avança com seus soldados divinos, um pelotão de virtudes que tem por objetivo trazer à vida.

Tanto o Cansaço quanto a Melancolia se entregam à brigada celestial e reconhecem que não há batalha, conflito, guerra, incidente ou tragédia que a  não supere e que sem ela não há vitória.

A NOVELA DAS VASSOURAS


Na época em que eu trabalhava em uma central de informações prestando atendimento telefônico, a supervisora citou que o verdadeiro profissional é aquele que consegue produzir com o que tem, ou seja, é aquele que alcança suas metas utilizando-se das ferramentas de que dispõe. Eu, porém, discordo, pois sem as ferramentas adequadas, há improviso e deste ocorre baixa qualidade.
Imagine um pedreiro sem a colher, um médico sem estetoscópio, um coveiro sem a pá, um jardineiro sem tesoura e rastel. Pense em um guarda de trânsito sem apito, um gari sem vassoura, um motorista sem veículo, uma passadeira sem o ferro. O pedreiro jogará o cimento com a mão, o médico confiará em sua sensibilidade, o coveiro cavará com a mão, o jardineiro ajuntará folhas e quebrará ou arrancará galhos com as mãos. O guarda poderá causar uma megaconfusao no trânsito, o gari amontoará a sujeira com o pé, o motorista terá que esbanjar alugando um carro, a passadeira apenas esticará as roupas com as mãos.
No meu caso, eu solicitava acesso à internet para ter melhores ferramentas de apoio para pesquisas e atualizações de cadastro. Embora comprovando meu comprometimento executando o dobro de atualizações de cadastro que dez atendentes juntos conseguiam durante as ligações, meu pedido fora negado.
Atualmente enfrento oposições semelhantes, como é o caso da compra de vassouras novas para a área onde trabalho. Depois de dois meses de constantes solicitações, fui vencida pelo cansaço. Varrer o chão da manufatura tornou-se um ato destemido, já que as vassouras são de má qualidade.
Não restam dúvidas de que por diversas vezes fui capaz de executar as tarefas pretendidas sem as ferramentas corretas. Minha antiga supervisora poderia até mesmo se orgulhar, contudo, continuo questionando a falta do equipamento indispensável à realização das atividades profissionais.

DESABAFO COM O “PSICÓLOGO”


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Doutor, cá estou eu novamente, relutante, inquieta, afogada na angústia, aturdida com os fracassos antigos, julgando-me inferior, tornando minha ignorância um fardo indelével, encarcerada aos grilhões de um tormento inefável, a uma sensação mórbida que contamina cada célula e, por sua vez, cada átomo da minha fortaleza orgânica.
Os portões de meu castelo de sonhos estão fechados e os arqueiros do meu desencontrado delírio seguiram todos para o conflito entre o “ser e o pertencer”. Meu reinado permanece desprotegido e eu inerme aos ataques de um assolador desespero.
Doutor, o Senhor tem o poder de conduzir-me novamente aos caminhos da esperança e resgatar-me das cruéis esquinas da dúvida.
Sou sua obra, Doutor, uma ínfima molécula das incontáveis criações de suas mãos e dotada de personalidade e sentimentos. Então, zeloso Doutor, cure meus espasmos ameaçadores e acalente os desejos impacientes. Receite uma injeção balsâmica de pacata resolução e tome para si a febre de meus anseios temerosos de jamais se concretizarem.
Acredito, porém, no tratamento que me tem prescrito, querido Doutor, e assim, percebo que a minha origem genética foi planejada e concebida conforme os critérios de sua avaliação benigna e sobrevive, porque o Senhor tem acompanhado meus mais difusos e perturbáveis dilemas através de seu cuidado constante e próximo.”

SOLUÇOS


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Ligada à minha progenitora, levanto a cortina do túnel e espio a luz ao fundo. Minha caverna, antes sossegada e aconchegante, agora revolve, trepida, atrofia e dilata, e dali quer me expulsar. Puxo com vigor o cordão que me une a minha protetora, porém, nada volta ao normal.
Um enorme buraco se abre e a claridade me cega. Sinto que me puxam e eu, não querendo sair, começo a chorar bem alto. Esquisito! Há tanta gente e todos ficam alegres porque eu estou chorando.
Estremeço de frio e esperneio, atemorizada. Onde estará minha bolsa aquecida na qual eu me divertia igual a um malabarista dando piruetas e chutando para ser notada? Puxo o cordão para buscar reforço e vejo, absorta, que ele está hirto em minha mão. Quando percebo que não há mais elo, choro a plenas cordas vocais.
Eu choro suplicando o retorno para o meu reduto de paz, onde nada pode me atingir. Ninguém me ouve, apesar de ter tantos rostos olhando para mim. Então me enrolam em uma coberta e me deitam no peito de uma pessoa. O cheiro dela me é familiar. Ela é meiga e chora tanto quanto eu. Será que ela está com pena de mim e pode entender por que eu choro? Quando a mão da mulher me acaricia eu, de tão alegre, paro de soluçar. Estou novamente em segurança.
Ela beija-me e eu descubro que ela cuidará de mim do mesmo jeito que me protegia quando ainda fazíamos parte uma da outra. Percebo que, chegando o tempo certo, a separação é indispensável, mas daí se fortalecem os laços de amor.

A MANSÃO E O CASEBRE


Era uma cidade pequena, daquelas onde as pessoas se reúnem na praça, alimentam pombos, as crianças brincam sem preocupação, casais namoram de forma respeitosa.

Todos os vizinhos se conhecem, se saúdam, conversam, jogam cartas. Mas a cidade também evoluiu e muitas das casas antigas foram demolidas para ceder espaço a residências pomposas.

Em certa rua, porém, um humilde casebre resistia à modernização. Pertencia a um casal de idosos que não tiveram filhos, mas mesmo assim, eram muito unidos. Diversas propostas comerciais haviam sido feitas, contudo, o casal veterano recusava oferta após oferta. Nada do que oferecessem os demovia de não venderem sua propriedade.

Apesar de não terem netos, eram conhecidos na pacata cidade como o Vô Diógenes e Vó Carminha, diminutivo de Carmem. Eram considerados sábios e recebiam as pessoas para se aconselharem com eles.

Uma casa de luxo fora construída ao lado da casa dos idosos e o proprietário era homem rico, poderoso e orgulhoso. Logo começou a lançar indiretas ao sensível casal, dizendo que a vizinhança depreciava o preço do imóvel dele. Vô Diógenes tratou-o sempre com cortesia apesar das insinuações. Vó Carminha achava que o moço parecia arrogante e não merecia atenção, mas tão logo desabafava, já pedia desculpas ao esposo pelo julgamento precipitado.

Não demorou muito tempo e o jovem autoritário, tão incomodado que estava, resolveu enfrentar e ameaçar o casal. Fez com que acreditassem que tinha poder para comprar o casebre e despejá-los daquele lugar. Vô Diógenes fitou-o com comiseração e brandura:

- Senhor Rafael, grande é a sua fortuna e forte o seu poder. Só que maior do que tudo é o seu orgulho e a sua obstinação.

- O que pensa que está dizendo? – reagiu o vizinho, irritando-se.- O senhor foi poupado na educação e não aprendeu a aceitar o NÃO. Dessa forma, acha que todos devem servi-lo.

A serenidade com que Vô Diógenes falava repercutia no âmago do novo morador, provocando uma sensação de dependência que nada o agradou. Então compreendeu que a fama de sábio era mesmo verdadeira. De repente, sentiu que precisava desesperadamente fugir dali.

- Meu marido acertou em cheio, não é mesmo? – interveio Vó Carminha, deixando Rafael ainda mais desajeitado. – Presunção, egoísmo e arrogância são sentimentos que devemos evitar. Eles são nocivos para você e para os que estão ao seu redor.

- Eu... sinto muito – desculpou-se. – Eu vou indo. Não vou mais incomodar.

- Só mais um instante – pediu Vô Diógenes. – Quando o senhor aprender a respeitar a vontade dos outros, vai se sentir melhor com o senhor mesmo. A diferença será tanta que as outras pessoas perceberão. O senhor passará a querer o bem delas, e o povo então o elegerá para um cargo importante.

- Querido, precisamos jantar – lembrou gentilmente Vó Carminha. Despediram-se de Rafael e entraram.

Os anos passaram e Rafael não voltou a importunar o casal. Os idosos, já com idade avançada, passaram desta para melhor.

Rafael, por sua vez, mudara e, do jeito que Vô Diógenes predissera, o vizinho tomara gosto pela vida pública. Dinheiro, não precisava. Portanto, combatia a corrupção. Fazia campanhas para angariar fundos para obras de solidariedade, zelava em especial pelos mais idosos. Finalmente, concorrera às eleições municipais e fora eleito com a maioria absoluta de votos.

No dia em que foi empossado no cargo, lembrou-se, emocionado, de Vô Diógenes, que lhe dera aquela valorosa lição de vida. Rafael não guardava mais rancor nem remorso, pois aprendera a valorizar o conteúdo e não a embalagem.

Enquanto divagava, um rapaz abrira espaço na multidão e insistira com o assessor para falar com o novo prefeito. Ao se aproximar, o rapaz entregou para o prefeito um envelope e se retirou. Rafael abriu o envelope, apanhou os papéis de dentro e leu, primeiramente, a carta que lhe fora endereçada: “Parabéns, Rafael! Sabíamos que conseguiria!”. A dupla assinatura era de Vô Diógenes e Vó Carminha e, anexado, a escritura da propriedade onde residiram durante todos os anos de suas vidas doada em favor de Rafael, datada e lavrada em cartório um dia após o encontro entre eles. Rafael engoliu em seco e seus olhos ficaram marejados de lágrimas. Compreendeu que eles pretendiam vender a casa, porém, se cedessem aos caprichos de Rafael na época, este nunca teria amadurecido.

Decidiu então revitalizar a residência dos idosos e fundou no local um lar de amparo a pessoas carentes. Na inauguração, fez um discurso emocionado, testemunhando como o casal havia transformado sua vida. Ao cortar a fita e puxar a cortina, apresentou à comunidade o Lar Vô Diógenes e Vó Carminha, preparando você para a vida, em homenagem a duas célebres pessoas que se preocupavam com o bem comum.

TORPEDO DE EDUCAÇÃO


A tecnologia sobrepõe-se a si mesma em questão de horas. Aquilo que era novidade absoluta pode tornar-se, em menos de 24 horas, um amontoado de lixo eletrônico.

Câmeras digitais, ipod’s, tablet’s, computadores, GPS’s, televisores com transmissão digital, são itens consumidos absurdamente e o campeão desse rol tecnológico é o telefone móvel. Celulares com câmera fotográfica e de vídeo, aparelhos que permitem acesso instantâneo a redes sociais, são verdadeiros computadores de bolso que concorrem para o desenfreado capitalismo e, consequentemente, para a incansável busca de mais avanço, mais utilitários em um único instrumento.

Enquanto os usuários desse atual item de gigantesca prioridade vão engordando as contas bancárias dos fabricantes, sucumbem ao desinteresse familiar. A reflexão partiu quando observei um casal “grávido” caminhando lado a lado na calçada, cada qual com seu respectivo aparelho telefônico. Não conversavam uma vez que a atenção era dispensada para o generoso instrumento de lazer. Digitavam sem parar, daí se deduz que estariam enviando valiosíssimos e indispensáveis torpedos, sem os quais não se permitiriam mais sobreviver. As mensagens automáticas podiam aproximá-los das pessoas que estão distantes, contudo, afastavam-nos deles, bloqueando a comunicação e a afetividade.

Se, ao menos, os celulares proporcionassem um apoio à educação; se em vez de jogos, o entretenimento mostrasse como se agradece, ensinasse a pedir desculpas, notabilizasse o respeito, o comprometimento com o agir corretamente, informasse lições de amor em prol do bem-comum, mas não, ele conecta a maioria das pessoas ao universo virtual, desprovido da verdade, do convívio com familiares. A cultura limita-se à musical, ao MP3, 4, 8, 12... e ao egocentrismo, fotos exclusivas para o Orkut, em um verdadeiro pandemônio narcisista.

Utilizar a tecnologia de modo equilibrado é como ter bons hábitos de vida como uma alimentação saudável. Combater os excessos quando interferem na vida familiar é algo que deveria caber a todos nós, usuários, com verdadeira preocupação com a linguagem e as atitudes. Que em vez de torpedos desconexos, nós pensássemos em melhorar o aspecto humano, enviando SMS’s de educação, respeito e fraternidade.

AS RAZÕES DO IRRACIONAL


Por que sonhamos? Por que imaginamos? Por que sentimos? Por que viajamos no universo ilimitado de nossos desejos? Por que aspiramos sentenças melhores? Por que mantemos esperanças mesmo que as achemos, nós mesmos, vãs?

Por que pensamos que tudo deve ter algum sentido se a maior parte do tempo vivemos emoções que não possuem qualquer explicação? Por que esperamos explicar com lógica aquilo que não é razoável?

Procurar respostas implica em novas perguntas. Investigar as peculiaridades de um ato sugere maiores desafios. Os enigmas ramificam-se tal como os links na internet: navegamos atraídos pela necessidade do saber e o conhecimento se alastra, contudo, se perdemos o foco, nos afogamos em informações inúteis e superficiais.

Sonhamos porque desejamos mudar a nós mesmos. Imaginamos porque somos seres dotados de inteligência e capacidade de realizar. Vivemos aguardando dias melhores porque somos movidos por esperança. Por que há esperança? Para comprovar a existência da fé.

A fé solidifica, armazena, compõe, reúne, explica, solidariza-se, incentiva, enleva, conquista, emociona, ameniza, enfrenta, procura, encontra, fortalece, intensifica, capacita, aprova, conduz, perdoa, ama.

E o que é a fé? Simplesmente a resposta para todos os infindáveis porquês.



A Solidão como Dádiva


A solidão maltrata e por vezes recompõe os fragmentos da alma dilacerada. Cresce-se com o sofrimento e o sacrifício, e a reflexão, a melhor, vem quando cada um fala consigo mesmo.

Solidão não deteriora o compromisso nem amolece o companheirismo; antes mostra a conduta correta a tomar. Ser solitário é triste, pois o ser humano foi criado para viver em família; estar solitário, porém, é dádiva, é momento para um checkin no closet de amarguras e no compartimento de decepções.

Não é um mal existir solidão, ela tem uma finalidade apesar da dor que causa. Pode-se estar sozinho, contudo, jamais se está totalmente só. Trata-se do amigo que está ao lado – o Espírito Santo, intermediando as conversas entre o Filho e o Pai. Solidão só é permitida para amadurecimento espiritual, apontando na direção certa, mesmo que o caminho seja sinuoso, ou que o excesso de preocupação atrase o passo. O mestre da vida deseja que sua criação se torne perfeita. Que viva em união. Solidão, portanto, tem importância para profunda meditação. Existe solidão para aquele que a quer.

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

O povo brasileiro é criativo e empreendedor, principalmente motivado por ambientes de crise, como a pandemia do Covid-19, que refreou a econ...